quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Marcelo Camelo em meio as transformações...

LUIZ FERNANDO VIANNAda Folha de S.Paulo

Marcelo Camelo fala "é o problema dos..." e pára, como se não quisesse dizer "Hermanos" e dar brecha a alguma polêmica, algo a que é habitualmente avesso. Mas o compositor não tem como negar que seu primeiro disco solo traz diferenças significativas em relação ao trabalho do Los Hermanos, a banda que interrompeu atividades "por tempo indeterminado" em abril de 2007.


"Quando [você] faz uma música muito distante do que você é, quando tem que evocar um espírito muito distante de você, enfim, se for um ritual de transformação muito radical, é pesado de se fazer como um ofício. Para mim, era muito pesado gritar, ter que me munir de um espírito, ter que me transformar a cada noite", diz, referindo-se aos shows da banda.
"Eu comecei a fazer e a querer apresentar umas músicas que fossem mais parecidas com o que sou em casa, num estado mais relaxado, para poder fazer disso um ofício", diz ele, que inicia turnê em Recife, no dia 19, e canta no Tim Festival, em SP e no Rio, em outubro.
"Sou", que também se lê como "Nós" (de cabeça para baixo) no poema visual de Rodrigo Linares na capa do CD, é a tradução desse "estado mais relaxado". Das 12 músicas divididas em 14 faixas --"Saudade" e "Passeando" também aparecem em versões instrumentais com a pianista Clara Sverner--, apenas "Mais Tarde" tem um acento roqueiro.


Às vezes eu estava tentando compor uma coisa, imaginava que não serviria para a banda e já desanimava. Nesse disco, não. Dei asas a todas as fagulhas e soprei para ver se vingava".

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